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Como professora já me deparei com situações um pouco caricatas ao rever-me num(a) aluno(a) quando está a tentar ajudar um colega. As expressões, os gestos, a postura tudo desponta, instintivamente, quando se vêem no “papel de professor(a)”.

 

Quero com isto dizer que nós adultos, e principalmente os pais, devemos estar particularmente atentos aos nossos comportamentos uma vez que exercem uma grande influência na educação das nossas crianças. Muitas vezes focamo-nos demasiado na criança e esquecemo-nos dos nossos comportamentos, onde nas mais pequeninas coisas que muitas vezes não damos valor, o mais importante acontece – eles “registarem” e copiarem.

 

A célebre frase “Faz o que eu digo, não faças o que eu faço!”, nem sempre se aplica, principalmente em idades tão tenras, na medida em que o exemplo dado pelos pais/adulto tem muito mais peso e significado na formação e desenvolvimento da personalidade dos filhos. Não podemos esquecer que os nossos comportamentos são o espelho daquilo que somos e que as aprendizagens se fazem através da observação – o que fazemos, o que escolhemos, como decidimos…

 

É importante, também, perceber que as regras existem e que devem estar bem definidas, bem como as consequências para o não cumprimento das mesmas. Mas estas regras não são só para as crianças, é fundamental que nós adultos também as cumpramos – não adianta dizer à criança que não se deve levantar da mesa sem pedir licença, quando o adulto não o faz.

 

Uma forma lúdica de levar a criança a refletir, juntamente com os pais, sobrerespeito, honestidade, comportamentos (bons e maus) é lendo-lhes histórias. Ou seja, não só garantem um momento de intimidade entre pais e filhos como também exercem uma grande influência na sua aprendizagem de valores – as crianças deparam-se muitas vezes com uma “moral” ou, simplesmente, aprendem com o comportamento das personagens. Deverão sempre conversar sobre o que acharam da história, sobre o comportamento das personagens, sobre as decisões tomadas, se foram ou não as mais acertadas e porquê, sobre se a história acabou bem ou não, se o final deveria ser mesmo assim, entre outras.

 

Não devemos nunca esquecer que para uma criança o comportamento e atitude dos pais/adulto detém uma grande influência no desenvolvimento e crescimento do seu próprio carácter. Como dizia há pouco, mais importante que as palavras, são as acções.

 

Márcia Fidalgo

 

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Os trabalhos para casa, tão bem conhecidos por T.P.C., são um tema que ainda levanta bastante polémica. Pais, professores e psicólogos dividem-se quanto à sua importância: uns consideram-nos essenciais na medida em que incutem hábitos de trabalho e autonomia no estudo, outros não vêem que vantagens poderão ter as crianças ao fazê-los, considerando-os mesmo contraprodutivos. Ainda que possam existir vantagens e desvantagens na realização dos T.P.C., a verdade é que eles existem e todos os dias vêm registados nos cadernos das nossas crianças.

 

Perante isto, porque não olhar para os trabalhos para casa como uma ponte de ligação entre a família e a escola? Através dos t.p.c. a escola pode ajudar a família a compreender como atuar, orientando-a quanto à forma de acompanhar e auxiliar o seu educando na realização das atividades escolares. Esta participação ativa por parte da família na concretização dos t.p.c., é uma prova para a criança de que os seus pais se dedicam e se interessam por tudo o que lhes diz respeito.

 

O criar uma rotina de estudo em família, é muito importante; dedicar um pouco do nosso tempo e delinear um plano de trabalho diário é fundamental tanto para os pais como para os filhos. Esta rotina de estudo vai deixar a criança à vontade para esclarecer algumas dúvidas, para trocar algumas ideias com os pais e até levá-la a interessar-se por temas não abordados em sala de aula. Por outro lado, este tempo dedicado ao estudo vai também ajudar os pais a inteirarem-se da matéria que está a ser trabalhada na escola, de que forma está a ser trabalhada e das possíveis dificuldades de aprendizagem do seu filho.

 

A criança vai estar muito mais disponível para aprender, muito mais recetiva à escola, se sentir por parte dos pais uma atitude positiva perante a mesma. Ou seja, é importante para as crianças que os pais valorizem a curiosidade e incentivem a descoberta e a aprendizagem de coisas novas. Este interesse e motivação manifestado por parte da família, vai ajudá-los a compreender que aprender pode ser muito aprazível e bastante compensador e que todo o esforço exigido vai valer a pena. É, assim, importante o envolvimento ativo no processo de aprendizagem do seu filho, na medida em que não só é um forte alicerce para que ele seja bem sucedido na escola como também para que cresça ciente do seu mérito e esforço pessoal.

 

Márcia Fidalgo

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Ter medo é natural e, sempre que verificado dentro dos limites normativos, é saudável. O medo é uma reação emocional que ativa os sinais de alerta do corpo preparando-nos para agir, diante daquilo que consideramos perigoso. É, desta forma, uma etapa fundamental no desenvolvimento infantil, na medida em que modera os comportamentos dos mais pequenos: a falta de medo pode conduzir as crianças para situações de maior perigo e o medo em excesso pode torná-las mais fechadas, menos extrovertidas e com mais tendência para evitar situações novas ou desconhecidas, muitas vezes necessárias para um crescimento saudável.

 

Neste sentido, é preciso que os pais atuem sobre os medos, ajudando a criança a identificar os "medos amigos", que devem ser mantidos, e os "medos inimigos", que representam os medos a superar. E ainda que por vezes possa tornar-se muito doloroso para os pais ver os seus filhos a passar por situações de temor, é fundamental que as crianças vivenciem algumas emoções mais angustiantes para que, por um lado, aprendam a gerir emoções dessa natureza e, por outro, possam beneficiar dos ganhos de auto-estima resultantes da superação de uma situação vivida como muito negativa. Uma criança que vence os seus medos é uma criança que desenvolve ferramentas para lidar de forma saudável com situações mais desafiantes no futuro, construindo assim uma imagem de Si mais positiva.

 

Também na literatura infantil, são frequentemente explorados os medos infantis. O medo do escuro, dos monstros ou o medo de ser levado para longe dos pais são temas comuns, trazidos pelos autores, que representam os obstáculos e dificuldades que os heróis das estórias, nós na vida real, enfrentam para alcançar as grandes vitórias. Hoje, como sugestão de leitura para os mais pequenos, trazemo-vos:

 

 

"Livro dos Medos", Trampolim Edições

 

 

 

"Martim-Sem-Dentros é um nome que faz rir ou sorrir crianças e adultos. Mas começou por ser o nome de um dos muitos medos da Carolina; da pequena e corajosa Carolina, que, com a ajuda da mãe, e com o engenho e a arte da imaginação e do riso, soube vencer todos os medos que viviam no seu quarto." Adélia Carvalho

 

 

  "O Rapaz que tinha medo", Gatafunho

 

"O Rapaz que Tinha Medo vai procurar ajuda às páginas amarelas e encontra o número da Árvore Mágica. Marcam uma entrevista, mas a árvore avisa-o dos perigos da floresta assombrada e das suas estranhas criaturas. Decidido, o rapaz põe-se a caminho. Será que vai perder o medo?O medo de tudo? O medo de andar na rua com as suas calças às flores (porque os outros podem troçar dele)? E o medo do escuro (porque podem aparecer fantasmas debaixo da cama)?" Mathilde Stein
"Grande livro dos medos do pequeno rato", Livros Horizonte
"Era uma vez um rato com entomofobia (medo de insetos), aicmofobia (medo de facas), ablutofobia (medo de tomar banho) e tantas, tantas outras fobias (ou medos), que decidiu colocar todas num livro. Um livro cujas páginas ficaram muito roídas (do papel não tinha o rato medo!), mas que, para além de palavras, está cheio de coisas para descobrir, como um mapa de uma ilha inventada, recortes de jornais, ilustrações feitas com penas, postais, fotografias… Um livro para todos os curiosos, sejam ou não ratos de biblioteca. Delicioso como queijo." De Emily Gravett
"Uma onda pequenina", Planeta Tangerina
Todos os leitores sabem como as histórias podem ajudar-nos a vencer o medo. Depois de lermos um livro é como se ganhássemos super poderes para derrotar bruxas, dragões, lobos, tempestades... tubarões!
Neste livro acontece uma situação parecida, mas ao contrário: há um menino que nada tranquilamente no mar até ser perturbado por uma dessas palavras assustadoras que nos fazem recuar (neste caso, uma palavra com muitos dentes terminada em ÃO!).

E agora, o que acontecerá?

É que o menino não quer voltar ao mar e precisa muito da ajuda de um leitor para vencer o medo.

Será que os leitores se atrevem a mergulhar?

Será que a coragem passa não só das personagens para os leitores mas também dos leitores para as personagens dos livros?

É isso que vamos ver... De Isabel Minhós Martins

 

Cláudia Pedro

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O Ser Mais

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